quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"Amar é ter um pássaro pousado no dedo...

...Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar."
Rubem Alves
Sempre acordo pensando que tenho que ser mais legal, mas inteligente, mais bonita, mais magra, mais fanática por futebol, mais dedicada, mais engraçada, muito mais elas duas do que eu. E passo o dia todo me abraçando por dentro pra não desabar na frente de ningúem - principalmente você - e segurar o choro naquelas (muitas) horas em que você e sua vontade são prioridades.

"O amor não resolve nada. O amor é uma coisa pessoal, e alimenta-se do respeito mútuo. Mas isso não transcende o coletivo. Levamos já dois mil anos dizendo-nos isso de amar-nos uns aos outros. E serviu de alguma coisa? Poderíamos mudá-lo por respeitar-nos uns aos outros, para ver se assim tem mais eficácia. Porque o amor não é suficiente."
José Saramago

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem. Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece no olho mágico da minha porta. Mesmo que você apareça na porta de outras mulheres depois de me deixar. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço."

Entre tantas coisas, você.

É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário...por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo."
Voltei a chorar baixinho de madrugada por lembrar do que já fomos e pensar no que você  pode ser com outra pessoa - e até me questionar sobre os motivos da mudança no seu comportamento com ela. Por favor, que meus pressentimentos estejam errados, ao menos dessa vez.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Às vezes as coisas mudam tão depressa que, quando a gente percebe, parece ser tarde demais. Dói e não dói. Depende do frio que faz lá fora e do jeito que você me olha quando vai embora. Agora tenho medo do cheiro, da voz, do toque, do abraço, do interesse, das mãos dadas, do beijo e das coisas que a gente sente, medo de deixar tudo se perder. As diferenças são perceptíveis só aos meus olhos?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"Passo boa parte de tudo sem doer, sem sentir tão forte. Às vezes nem parece que aconteceu. Mas o tempo todo, ainda, converso e te mostro tudo, o tempo todo. O tempo todo. O tempo todo. Não porque sou sozinha. Não porque era menos sozinha com você. Apenas porque apenas."
Às vezes eu deito na cama e fico quieta, só esperando morrer. E vem aquela bobeira estranha, como quando eu era criança e, de carro na Salgado Filho, me perguntava "Por que é que eu existo?" e me sentia fora do meu corpo. E como nunca achei resposta pra essa pergunta, só fico pacientemente vendo a vida passar, devagar.
E choro, porque queria viver de verdade e sentir de maneiras diferentes. Então durmo, acordo, penso nas coisas que tenho que fazer e saboto todos os planos: "Ah, não estou me sentindo bem hoje!" - o engraçado é que meu corpo obedece, e sempre tem uma dor ou desconforto, que nem sei mais se são de verdade. Mas fico com muito medo do que vai acontecer por eu só esperar, e então, prometo, amanhã eu tomo jeito.
O tempo voa, barulhento, anunciando que outro dia acontece e eu ainda estou aqui, com dor dentro do meu vazio e eu peço, grito: "Por favor, cuida de mim! Me carrega, me faz viver!" E do outro lado só ouço o eco do meu próprio desespero, porque os outros estão ocupados demais vivendo.
De repente a cama e o quarto são escuros demais, e eu só preciso de alguém pra me abraçar, me acalmar, me ninar. Por que é que eu tive a brilhante idéia de sair de casa mesmo? Tenho medo de ficar mais velha e da minha mãe morrer, porque não sou pequena (muito menos grande) demais pra caber no colo dela. Então eu rezo à noite, só pra me sentir mais perto, pra me sentir um pouquinho mais amada, menos insegura.
Esse pedacinho de gente que sou, preciso de amor demais, abraço demais, e o mundo não está sempre à minha disposição. Acho que de tanto eu esticar e comprimir, das vezes em que eu achei que era auto suficiente e me rebelei, ele se tornou frouxo demais pra mim. E eu choro, imploro, "Vem pra cá, por favor, cuida de mim!" E se alguém me responder, vai ser pra dizer que não, agora não, a vida lá fora é bem mais interessante do que ficar deitado na cama, olhando e tentando não fazer parte do mundo.

Porque nada do que você disser muda as coisas que você faz

É, então tá, vou chorar baixinho, fingir que tudo bem, vestir minha capa de frieza e dizer pra mim mesma: "Não, não precisa". Aí meu olho vai arder de um jeito esquisito e vou lembrar do meu pai me censurando por ser assim. Só que eu minto e digo que o nariz vermelho é só alergia - e aproveito pra enganar a mim mesma, tomo dois anti-alérgicos e quem sabe um anti gripal, só pra garantir o sono. Mas até aquele sensação de cápsula - porque esses remédios me fazem sentir de um jeito que não sinto, sei lá - eu fico parada, ardendo, apaixonada, doendo, esperando. Mas a cama continua vazia, a campainha continua quieta e eu vou continuar sozinha, enquanto você passa a noite acordado, com uma companhia melhor do que eu.
E amanhã vou fingir que esqueci - e que não me importei com o nada que ficou comigo o dia todo - enquanto te vejo dormir, querendo socar sua cara que fica inchada de um jeito engraçado. Só que você, meio acordado, sorri, me abraça e murmura um 'te amo' tão lindo que eu fico boba de novo. E mesmo sabendo que mais tarde vou continuar parada, ardendo, apaixonada, doendo e esperando, eu sorrio de volta e finalmente durmo de verdade.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Se você realmente prestasse atenção, perceberia como cada silêncio, sorriso, suspiro, lágrima é um pedido gritado de amor. Sou eu implorando: "Me ame um pouquinho mais do que você consegue, cuida de mim, me carregue pelo mundo!". E cada hora passada, quando me sinto esquecida, é um escorregão mais fundo no abismo - o buraco fundo que é minha (insegurança) infelicidade .

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.
Simplesmente isso. Você, uma pessoa sem poesia, sem dor, sem assunto para agüentar o silêncio, sem alma para agüentar apenas a nossa presença, sem tempo para que o tempo parasse. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.
Sinto falta da raiva, disfarçada em desprezo, que você tinha em nunca me fazer feliz, sinto falta da certeza de que tudo estava errado, mas do corpo sem forças para fugir, sinto falta do cheiro de morte que carregávamos enquanto ainda era possível velar seu corpo ao meu lado, sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, de não dar conta, de não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter. "

domingo, 23 de maio de 2010

"De todo mundo que eu vi de costas, partindo, foi a vez que mais doeu. Talvez porque um pouco antes, quando eu ainda amava sua nuca e sua eterna mochila nas costas como amei poucas coisas na vida, você se virou, apontou o dedo pra mim, e gritou, com pouco ou nenhum carinho: você é um caminhão! Caminhão! Caminhão!
E eu sei, e eu tentei mais do que nunca, e eu quis mais do que nunca. E eu achei que os caminhões também pudessem ter donos e direções e medalinhas. Você também me usou pra levar sua mudança e voltar vazia das suas coisas é a coisa mais triste que já aconteceu na minha vida."

sábado, 22 de maio de 2010

"Vira e mexe tenho essa vontade de cortar alguma parte do meu corpo, para ver se esguicho pra longe esse sangue contaminado que incha meu corpo de dor e me emagrece de vida. Tenho vontade de me fazer feridas porque parece mais fácil cuidar de um machucado externo e curável.
Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você, mas em todos esses lugares você vai comigo. Você segura na minha mão na hora de atravessar a rua, você me olha triste quando eu olho para o celular pela milésima vez, você sente orgulho de mim quando eu solto uma gargalhada e você vira o rosto se algum homem vem falar comigo. Você prefere não ver, mas eu vejo você o tempo todo.
Eu torço pra não fazer Sol, eu torço pra não chover, eu torço para acordar no meio do dia, eu torço para o dia acabar logo. Eu torço para ter alguma coisa que me faça torcer, que me diga que eu ainda sei torcer por algo mesmo sem torcer pela gente.
Às vezes tento não ser eu, porque se eu não for eu, eu não sentirei essa dor. Mas o amor é tanto que até as outras todas que eu posso ser também o sentem.
Hoje menos que ontem, amanhã menos que hoje, e por aí vai. Vou implodir esse gigante dentro de mim e soltar seu pó a cada manhã sem fome que faz doer o corpo todo, a cada banho sem intenção, a cada tarde sem recompensas, a cada noite sem magia, a cada madrugada sem paz."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Muito obrigada por sua ausência, por me deixar à flor da pele e, de repente, agir como se não fosse nada, por me fazer sentir vazia e sozinha( em mais uma noite em claro), sentindo frio por dentro enquanto o lençol fica ensopado com seu suor.
E em meio aos seus sonhos secretos e esquecíveis, me olha mas ao mesmo tempo não me vê - não percebe que quanto mais eu tento, menos feliz me sinto, mais dependente de você eu fico e cada dia me afundo nessa neura de não querer( e não merecer) amor, você, nós. Que todo o seu sono exagerado tira minutos (horas?) da minha tranquilidade, por si só tão rara. O problema é mesmo eu?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Eu sempre fui só querendo ter uma família grande, café da manhã, Natal, cachorro, e eu continuo só quando te vejo como minha família, mas você me deixa sozinha com duas ou três opções de suco para uma ou duas opções de pão. O mundo é cheio de opções sem você, mas todas elas me cheiram azedas e murchas demais.
Eu continuo só quando quero escrever uma vida com você, mas você detesta meus caminhos anotados e minhas regras. E eu detesto seu sono e sua ausência. Eu detesto seu riso alto e forçado pisoteando o meu mundo de sombras, eu detesto você saindo pela porta e as paredes se fechando, se fechando, e eu sem poder berrar para, pelo amor de Deus, você me resgatar, e me colocar no colo, e me dizer que você me entende e sofre também.
Eu sou só porque enquanto eu pensava tudo isso, você impunha aos quatro ventos, querendo parecer muito forte e macho para seu grupinho muito forte e macho, que você poderia simplesmente abaixar meu som ou mudar de canal, como um programa chato qualquer que passa na sua tv."

terça-feira, 20 de abril de 2010

E minhas piores dores são palavras que não posso dizer

"(...)Eu já sou contida de tantas maneiras... Na verdade eu só queria te dizer que por mais que o tempo passe, não consigo preencher meus buracos. Eu olho em volta e não procuro nada. Só porque eu sei que não há nada. Só porque eu sei que o nada que eu quero tá longe de mim. É tudo um enorme, frio e presente nada. Um vazio do tamanho da minha quase existência. Eu quase existo, sabia? Afinal, quem existe por inteiro? Eu não. Eu sou metade amada (porque ninguém me assume por inteiro); metade interessante (porque assusto quem eu quero aproximar e frustro os que ignoram minha muralha); metade culpada (porque ninguém tem obrigação de me amar de verdade quando eu crio bloqueios tristes e vazios)."


quinta-feira, 15 de abril de 2010

You should've said no, you should've gone home
You should've thought twice before you let it all go
You should've know that word about what you did with her
Would get back to me
And I should've been there, in the back of your mind
I shouldn't be asking myself why
You shouldn't be begging for forgiveness at my feet
You should've said no, baby and you might still have me
You can see that I've been crying
And baby you know all the right things to say
But do you honestly expect me to believe
We could ever be the same
You say that the past is the past, you need one chance
It was a moment of weakness and you said yes
I can't resist, before you go, tell me this:
Was it worth ?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Como é possível seguir em frente se a fisgada no coração nunca para de incomodar? Me esquivar não significa raiva, é só um jeito de me perceber constantemente magoada...

"Na minha memória - tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos." 
Caio Fernando Abreu

sábado, 3 de abril de 2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Toda vez que converso com alguém percebo como tenho sido idiota. Será mesmo que todo mundo merece uma segunda chance?

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

E acho que o que mais tenho medo é olhar para trás e perceber que foi tudo perda de tempo, que não valeu a pena.
Acho incômodo o juizo que fazem de mim. Por que insistem em pensar que tenho uma mente fraca, que sempre existe alguém por trás das minhas decisões? Como se eu não tivesse o direito de comandar minha vida, e pior, não devesse tomar outro rumo, fazer escolhas, mudar de idéia.

É que depois de certo tempo, as mesmas perguntas e as mesmas conclusões, repetidas vezes, me deixam cansada.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"Eu chorava, no começo eu chorava e não entendia, apenas não entendia, e não entender dói."

Tenho surtos de alegria e, momentaneamente, a decepção vai embora - só que eu teria deixado de ser eu mesma se o pessimismo não me invadisse, traiçoeiro, e apagasse as lembranças boas. Esse é o grande problema: as partes ruins é que deveriam ser esquecidas e, ai sim, eu seria menos incompleta, mais sorridente.
Perdoar é facil, mas esquecer não é tão simples; e como posso voltar a ter aquele brilho nos olhos se minhas constantes lágrimas (e aquele buraco que nunca cicatriza) não me permitem enxergar com clareza os sentimentos dos outros?

Eu ando me perguntando, quando será que o tempo vai tornar minha dor menos aguda, mais suportável?