quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sete de Abril de 2008

O grafite cria floreios não intencionais na folha de rascunho. Os desenhos desconexos expõem minha insegurança de, como sempre, não conseguir ser perfeita. Neste ano tão estressante e atípico as incompreensões de ambos os lados pesam muito mais na hora de escrever e as lembranças de palavras ditas impedem uma comunicação mais objetiva, clara e sentimental.

As linhas que me restam parecem infinitas quando me deparo com minha impossibilidade de descrever como queria que tudo fosse. Então eu me recordo dos seus olhos cor de mel, tão bonitos, que ardem ao fim do dia implorando por carinho e reconhecimento - e as linhas parecem insuficientes para tudo o que deve ser demonstrado.

Repito suas experiências como se fossem minhas e não consigo seguir seus conselhos, absorver apenas o seu melhor. É humanamente impossível não me espelhar nos seus exemplos diários e me tornar cada vez mais parecida com você

Os ponteiros do relógio correm mais depressa agora, assim como quando estamos juntas. O tempo vai ser insuficiente para deixar registrado no papel meus sentimentos e anseios e é exatamente o que eu temo. Não quero que as imagens do bater de portas e dos gritos prevaleçam sobre todo o restante. Preciso continuar percebendo o seu erguer de sobrancelhas e os movimentos circulares do seu dedo sobre o volante do carro; anseio aprender com você como exercer com magnitude a função de mãe e amiga.
Sinto exatamente tudo aquilo pelo que você pede, mas a imaturidade sempre impede uma declaração mais aberta. O contato direto com você me faz  querer ser maior e abraçá-la é como cair no vácuo. Se amar é redundar, então redundo. Amo-a com todas as minhas forças e sou capaz do inimaginável para não permitir que isso se extingua ou diminua de intensidade.

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