terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

"Eu ainda sou nós dois. Caminho pela rua como se tivesse trocado de cidade, com ínfimas chances de te encontrar, mesmo com todos meus fios de esperança plugados em você a 220 volts. Apesar de ter ido pra muito longe, nada supera a distância onde vai minha imaginação a respeito de você e eu. Desvio de pessoas, fruteiras, cachorros de rua, do que restou de mim mesmo.

Ando por aí, com pensamentos disléxicos lá em ti. Na minha cabeça, é sempre tempestade de brisa porque lá sempre está você. Fui daqui a Istambul, voltei até o inverno passado, viajei pra lua, qualquer lugar onde o vento me levar, pois algo me diz que é pra lá. A pé, de avião, de barco ou ultraleve, sempre me arrastando pelo chão.

Forço os olhos pra sua feição não desfigurar na minha memória, como já aconteceu com a única polaroide capaz de comprovar sua existência dentro do mesmo plano que fiz."

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