"Mesmo para os descrentes
há a pergunta duvidosa: e depois da morte? Mesmo para os descrentes há o
instante de desespero: que Deus me ajude. Neste mesmo instante estou
pedindo que Deus me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a
força humana. E estou precisando de minha própria força. Sou forte mas também destrutiva. Autodestrutiva.
E quem é autodestrutivo também destrói os outros. Estou ferindo muita
gente. E Deus tem que vir a mim, já que eu não tenho ido a Ele. Venha,
Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Ou talvez os que menos merecem precisem mais.
Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E
também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou
inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu
tenha. Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais."
Nenhum comentário:
Postar um comentário